A geleira de Bossons é a maior cascata de gelo da Europa, além de uma das rotas mais procuradas por montanhistas de todo o mundo. Chegar ao pico era o plano de um francês – até hoje não identificado – que, em 2013, escalava o Mont Blanc, na fronteira entre a França, Suíça e Itália. Ele só não imaginava o que estava para encontrar pouco antes do cume, a cerca de 4.810 metros de altitude.

A história do achado começa algumas décadas antes, especificamente em 24 de janeiro de 1966, quando um Boeing 707 da Air India decolou para Nova York via Genebra e Londres. Ao passar pelo ponto mais alto da Europa, o Mont Blanc, o piloto do avião acabou errando ao medir a altitude da aeronave, resultando em um choque com a montanha. Todos os 117 passageiros acabaram morrendo no acidente.

Chegando ao local, um guia de alpinistas constatou o estrago. Além da irreversível tragédia, o avião havia feito uma cratera na montanha. “Tudo foi completamente pulverizado. Nada era identificável com exceção de algumas cartas e pacotes”, foi o que disse o guia, primeira pessoa a lá chegar.

Muitos restos da aeronave foram encontrados ao longo dos anos na montanha, incluindo um saco do correio diplomático e um cubo de roda de avião. Já a busca pelos corpos foram canceladas devido ao mau tempo, na época. Mas ainda é possível ver alguns pedaços de metal em alguns cantos.

Saco de correio diplomático encontrado nos destroços

 

Voltando a 2013, quase meio século após o acidente, nosso amigo francês estava prestes a conquistar seu objetivo: chegar ao topo da montanha. Foi quando em meio ao gelo, uma caixinha com uma escrita gravada ao lado foi encontrada por ele. Ao abrir, o escalador se deparou com esmeraldas, rubis e safiras, que juntas somam cerca de 250 mil euros.

A caixa foi entregue às autoridades, que investigaram o caso a fim de descobrir a quem pertencia aquele tesouro e qual destino ele teria. Até que a imprensa ficou sabendo do ocorrido e insistiu para a polícia francesa liberar alguma informação sobre. E eis a imagem das pedras, ensacadas e irreconhecíveis.

Até então, nada mais se sabe sobre o caso. Apenas que os possíveis donos sejam da família Issacharoff, antigos comerciantes de pedras preciosas no Reino Unido. Porém, eles não são os únicos a reivindicar a propriedade dos bens, uma vez que, na Espanha também existe uma família de mesmo nome e, curiosamente, comerciantes de pedras preciosas como os britânicos. Enquanto isso, o tempo passa e o mistério continua sem solução. E o tesouro, sem dono.