Você chegou a quase nove quilômetros de altitude mas não está em um avião. É para esse momento que tanta gente se prepara durante uma vida inteira, embora, até hoje, poucos privilegiados tenham alcançado tamanha conquista – o topo do mundo. Assim é o Everest: desejado por muitos, desbravado por poucos e eternamente emblemático. Tanto quanto ou mais ainda do que alguns outros sonhos de quase todo alpinista, como o Kilimanjaro e o Fuji, talvez por ter quase o triplo da altitude desse último, com seus 8.848 metros? Quem pode dizer, entre as tantas razões que nos movem para a estrada, quando se descobre novos rumos, novos limites e uma nova vida, diante da riqueza que só acumula quem vai ver o mundo.
Tibet ou Nepal
“Já pensou escalar o Everest?” Claro que todo mundo já ouviu isso de alguém ou conhece quem realmente seguiria aos Himalaias nesse caminho. E é exatamente nele que está o ponto de partida para quem decidiu chegar o mais próximo possível do topo, onde se chegou pela primeira vez apenas em 1953 e, não, não existe internet que nos dê a dimensão do que é chegar lá. “Já pensou chegar no acampamento base do Everest?” Essa é uma pergunta a se fazer, pois é mais acessível do que se imagina, porém vai exigir habilidades e preparo tão elaborados quanto para milhares de outras trilhas ao redor do mundo. Desde o preparo físico até as regras-não-oficias de boa convivência com o (muito reconhecido por sua gentileza) povo local. Anota aí a receita para chegar lá, começando do começo:
Cuidados com a saúde durante a jornada: Bebidas quentes são o que vão blindar seu pulmão e garganta na caminhada em meio ao ar gelado, geladíssimo. E para facilitar a aclimatação, evitando o mal da altitude, beba muito líquido e abuse de ingredientes naturais como alho e gengibre – sopa de alho é 3 estrelas Michelin nos Himalaias! Conte também com bastante carboidrato, já que o mínimo que se perde em média é uns 5kg.“Fit to Travel”: mais importante do que qualquer bota bacana e a carteira cheia de dinheiro para a viagem da sua vida, comece visitando o médico e, ainda assim, acostume-se com o fato de que mais da metade de quem segue ao Base Camp vai, obrigatoriamente, sofrer com a altitude.
Vá de cebolinha: Uma vez que você pode acordar com sol e ter de e enfrentar neve 20 minutos depois, vista-se em camadas, sempre com opções térmicas e impermeáveis, velhas conhecidas de quem parte para qualquer trilha da básica para a média complexidade.
Dê preferência: Já sabe que os locais são os Sherpas? Pois conheça o povo que vive nesse canto do mundo e sempre dê prioridade a eles durante a trilha, em qualquer situação, pois muitas vezes eles estão trabalhando em vosso benefício. Saiba também que parte da fantástica paisagem que você vai ganhar de presente é feita de animais selvagens, lindos, porém… selvagens. Igualmente donos da casa, os yaks têm prioridade e passagem, então guarde essas regras e seja esperto o suficiente para deixar o selfie com outros animais “fofinhos” do Ocidente!
Apertou: Todos os banheiros são compartilhados e monitorados, então não se assuste, até porque não há outra alternativa. Você também vai dormir com mais simplicidade – cama com coberta ou saco de dormir e travesseiro.
Mesmo não sendo o topo do mundo, chegar ao acampamento base é uma conquista incrível e uma vivência inesquecível! Ganha-se tanto durante o percurso até lá, que a “bagagem” volta cheia!