Eliza Gower é uma modelo, social media e aventureira australiana. Ela escreve para grandes blogs de viagem e sempre tem uma bela dica para dar quando o assunto é aventura.
Estava eu pesquisando sobre destinos de camping e acabei me deparando com um artigo chamado “O guia definitivo de viagem para rapazes”. Foi uma amalgamação de passeios de tanque e whiskey, esportes e jogatina, strip, carros velozes e atividades complexas em lugares selvagens. Claro que isso tudo é muito divertido para quem curte tanques e apostas, mas isso me fez pensar: poderíamos criar um guia “definitivo” ainda melhor?
Não há nada de errado em homens curtirem esportes e cerveja, assim como não há nada de errado em mulheres curtirem um dia luxuoso no spa. Mas se alguém estiver procurando por mais do que o “guia definitivo” deles, aqui estão minhas dicas:
Meu guia definitivo de viagens
Eu quero fumar um cigarro em Cuba. Quero sentar em um campo com um produtor de tabaco em Vinales, assistir suas mãos encharcadas enrolarem as folhas. Quero aprender sobre o artesanato que moldou a identidade desse país.
Eu quero caminhar com os tornozelos afundados na lama através do Parque Nacional de Cocora, na Colômbia. Ver as palmeiras mais altas da terra, nadar em riachos pedrosos, tomar chá em meio aos beija-flores.
Eu quero caçar cachoeiras na Islândia. Cavalgar em campos áridos e fazer trilhas em geleiras cobertas de cinzas. Quero comer gelo tirado com um machado e contemplar aquelas perigosas e lindas fendas de pedra islandesas.
Eu quero tomar raki com os turcos mais legais, perto das águas da cidadezinha de Kas. Falar sobre política, religião e história em um país à beira de uma revolução. Quero ouvir a paixão na voz do meu guia de viagem enquanto a noite cai ao nosso redor.
Eu quero dormir sob o céu estrelado do interior da Austrália. Dançar com escorpiões e cobras. Tomar um banho de chuva. Quero beber uma cerveja barata sob o sol escaldante e aprender como achar frutos em arbustos com os nativos.
Eu quero nadar em piscinas geladas sob cachoeiras petrificadas no meio da parte agrícola do México. Quero sentir o arrepio e ter cuidado sobre o infinito.
Eu quero me espalhar no deserto com meus amigos marroquinos e encerrar o dia do Ramadan rapidamente com leite de camela e chá de hortelã. Sentir o inebriante acúmulo de açúcar como o sol se põe através daquelas intermináveis dunas de areia.
Eu quero comer um sanduíche de carne defumada do tamanho da minha cara no bistrô mais antigo de Montreal. Com picles extra, por favor (e não, não quero dividir meu sanduíche).
Essas foram algumas das experiências que eu vivi nos últimos dois anos. Meu guia definitivo de viagem para garotas. Me sinto privilegiada e sortuda, e meu apetite por aventura só cresce. Eu quero fazer trilhas na Patagônia, beber whisky no Japão, dirigir por locais como a comuna de ‘Stans, na Suíça. Eu quero ver o mundo. Me sujar.
Nossas experiências não precisam ser limitadas por revistas femininas ou por listinhas lotadas de testosterona. Eu não ligo pro quanto meu corpo está maravilhoso para colocar um biquíni, e sinceramente, não estou a fim de gastar o dinheiro de um almoço incrível em uma pedicure de hotel. Assim como a maioria dos meus amigos homens provavelmente não querem dirigir tanques e apostar.
Nas palavras de Hunter S Thompson, ‘Life should not be a journey to the grave with the intention of arriving safely in a pretty and well preserved body, but rather to skid in broadside in a cloud of smoke, thoroughly used up, totally worn out, and loudly proclaiming “Wow! What a Ride!”.
Enfim, seja qual for seu sexo, gênero, raça, religião… faça da sua viagem, a melhor.
Traduzido do site Intrepid Travel